domingo, 27 de novembro de 2011

Por Frei Betto: “A FIFA é um cassino; como num cassino, muitos jogam, poucos ganham; quem jamais perde é o dono do cassino”.



O frade dominicano, Alberto Christo, o frei Betto, se une nas criticas às desonrosas exigências da FIFA, as quais, dentre outras aberrações, implicam diretamente com os anseios do povo brasileiro em ter acesso aos jogos da Copa de 2014; não obstante a isso, tais exigências, segundo o frade, deixaram de lado idosos e estudantes, cortando a meia-entrada destes; outras são as criticas do teólogo da libertação, que acusou a FIFA de: “desembarcar no país, com sua tropa de choque, para cumprir a singela missão de obrigar o governo a esquecer leis e costumes”.


O frade, bastante conhecido pelas ações altruístas, ao lado dos mais pobres, criticou duramente a imposição da FIFA que pleiteia acabar com a concorrência às empresas que sejam patrocinadoras do evento: a entidade deseja criar um espaço de 2 km em torno dos estádios, no qual só possam ser consumidas as mercadorias de empresas patrocinadoras do evento, além disso, tais empresas poderão ficar isentas de impostos!


Outra ferrenha crítica do frade, esta mais pessoal, uma vez que este dedicou e dedica boa parte da sua vida em função dos movimentos sociais, é a exclusão do povo de suas casas durante a competição: 170 mil pessoas serão removidas de suas moradias para que se construam estádios. Quem garante que estas pessoas serão devidamente indenizadas? Indaga o frade.


A entrada nos estádios com alimentos que não sejam das empresas aliadas a FIFA serão proibidas; a proibição de bebidas alcóolicas nos estádios, em vigor no país, deve ser quebrada para que possa ser consumida a bebida patrocinadora do evento, uma cerveja fabricada nos EUA; fim da meia-entrada; boa parte dos ingressos será vendida antecipadamente na Europa; até água será proibida, só uma empresa de fast food poderá vender seus produtos nos estádios; ainda temos de aturar a Lei de Licitações, que deturpa a lei de responsabilidade fiscal a qual limita nosso endividamento; são mais algumas das criticas do religioso.


Frei Betto acaba as criticas com o mesmo pessimismo e frustração de Romário (PSB-RJ): “A Copa não será nossa”. O povão continuará a ver Copa do Mundo, mesmo em nosso solo, pela TV, aos berros do Galvão!


Há quem diga que os teólogos da libertação, como frei Betto, são agitadores sociais; deveriam, então, líderes religiosos inclinar seus discursos apenas para a acomodação do povo, e impor do governo só aquilo que garanta, para todos, mesmo num estado laico, seus dogmas irrefutáveis?


Portanto, um viva ao frade dominicano, que dedicou toda sua vida a causa dos mais pobres e excluídos, lutando indubitavelmente pela justiça e inclusão social; se diferenciando largamente dos arrogantes eclesiásticos que abstém-se dos assuntos ligados aos direitos do povo, em preferência dos pervertidos jogos políticos, que poupam ladrões engravatados em troca da sua moral religiosa – caso Palocci e a deprimente participação (na verdade, não participação) da bancada evangélica provam tal avaliação!

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Di prufessô a palhasso



O título foi escrito errado propositalmente. Por que? Para mostrar o que acontece quando tratamos um profissional que é pilar para todas as outras de maneira ridícula.



A educação é fonte de grande parte da melhoria no país. A China investe fortemente na educação e, por conta disso, está crescendo. Existem outras razões claro, mas se pensarmos a fundo, uma pessoa bem educada, consegue entender melhor o mundo a sua volta e evita coisas que podem prejudicar, bem como dá as ferramentas para que as pessoas criem seus futuros.



É claro que a educação não depende só do professor. Mas ele é o elo que transforma, que impulsiona o cerebro de seus ouvintes a pensar, a descobrir pontos de vista e decidir o que quer fazer da sua vida.




Apesar disso, infelizmente, os professores são desrespeitados. E não estou falando de estudantes bagunceiros em sala de aula. Ele é desrespeitado pelo salário que recebe, pelas condições pra suas aulas e até é desrespeitado em seu DIREITO de protestar, enfim, tratado como escória. Os professores que já existem começam a ficar desestimulados e os que saem das faculdades/universidades chocam com a realidade das salas e escolas.




Salas estupidamente lotadas, ferramentas antigas e/ou danificadas , superiores com a mente arcaica e ainda tem de lidar com estudantes que se acham no direito de ameaçar o professor por questão X ou Y. Enquanto muitos empregos vão das 8 as 18, e ao terminarem sua carga de trabalho, podem fazer outras coisas, o professor trabalha das 7 até sabe lá Deus quando, tem que chegar em casa e corrigir provas de varios alunos e de varias salas, preparar as aulas para o dia seguinte, pra ganhar pouco, ser humilhado por alunos, diretores e ouvir um não do governo. Quem não desanimaria nessas condições?




Eu estudei todo a maior parte da minha vida a em colégios particulares. E hoje sou universitário de uma pública. E nos dois, eu vejo humilhação. Professor é professor. Existe um ou outro que nasceu pra descontar as frustrações nos alunos, mesmo esses poucos até ganhando relativamente bem. Mas, tirando esses, o que vemos? Precariedade. E quem perde? Todos. É isso mesmo. Todos. O Patrão vai ter dificuldade em achar um bom funcionário capacitado pra sua empresa, um pai/mãe de familia não vai poder ter um bom currículo pra apresentar (quanto mais estudar pra um concurso bastante concorrido.). E assim, o país para e dá meia volta.




Soluções existem. Aumento de salário, melhoria das condições de trabalho, etc. Até vocês mesmos estão pensando em variás soluções. Mas concordamos que em todas, existe coisas em comum: Pensar na valorização, na dignidade dos professores e na URGENCIA de se resolver esses problemas.





Talvez, se as pessoas parassem para pensar que rever essas coisas não é um ato de " valorização de uma classe de trabalhadores", mas sim a valorização de um país, de um futuro melhor, talvez, tenhamos uma chance.

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Novidade!!!

A pedidos, foi criado o Siga por Email. Assim, você receberá informações do blog direto do Email. Legal não? Tudo que você tem a fazer é digitar seu email na caixa ao lado e apertar submit. você vai receber um email pedindo a confirmação. Lembre que a confirmação pode estar em sua caixa de lixo eletronico caso não achar na caixa de entrada.

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terça-feira, 15 de novembro de 2011

Viva a República, viva?























Uma grande e pertinente indagação abre o novo post: “Viva a República, viva?”.


Evidentemente, existe a satisfação em ser proclamado algo que, de fato, representa um marco importante na história do país: primeiro, porque rompe com a caduca monarquia, e, segundo, porque, finalmente, surge a posição de elevar o país ao estágio de República, onde quem governaria esta seria um presidente eleito pelo povo, ou seja, um representante do povo.


Por alto, parece uma grande mudança na história do Brasil e de seu povo, mas basta analisar com detalhes as aspirações pela República e este novo governo presidencialista, para rapidamente serem notados os interesses e as eventuais fragilidades que o cercava.


A aspiração pela República interessava principalmente os interesses dos magnatas cafeicultores do oeste paulista, os quais acreditavam – com provas – na injustiça do poder centralizado, que não beneficiava seus valiosos negócios, além de serem amantes do ideal positivista – a elite brasileira e renomados intelectuais, como Tobias Barreto, adotaram os ideais de Comte, os quais afirmavam que para o “progresso” da nação dever –se-ia manter a “ordem”, sendo, então, instalada a “ditadura dos sábios”, que mais se assemelhava a “ditadura da elite”; nesta perspectiva, a luta de classes fora menosprezada, pois só os homens instruídos deveriam conduzir a sociedade e seus anseios, mas e o povo, onde ficava?


Outra frustração era a tal reforma política outorgada pela nova Constituição, a qual decretava quem governaria o país, que seria um homem eleito pelo povo, não mais pelos dedos onipotentes de Deus, afirmando o sufrágio universal. Mas que povo era este?


Analfabetos, mulheres e menores de 21 anos, não podiam votar – já ia metade do povão; a Constituição decretava, também, que o voto NÃO era secreto, ou seja, o patrão sabia em quem seu peão iria votar, bastava ler seu voto: coitado do peão que não votasse num candidato que representasse os interesses do patrão! Então, a quem mais interessava estas eleições? O presidente eleito daria ouvidos ao povo?


E hoje, quem é ouvido primeiro pelos nossos governantes, os mega interesses dos novos magnatas, não mais cafeicultores, mas agiotas, especuladores imobiliários e banqueiros, ou os anseios dos professores, estudantes e operários, por exemplo? Deixaremos a perene marca positivista, inserida em nossa bandeira – “ordem e progresso” – representar a mordaça do povo subserviente ao mesmo tempo em que garante o progresso de uma elite onipotente; ou agiremos para pôr em prática o que está previsto na Constituição de 88, o direito do cidadão? Hoje, a FIFA tenta acabar, com direitos conquistados por estudantes e aposentados, como a meia entrada durante a Copa de 2014, basta saber quem Aldo Rebelo ouvirá primeiro, serão as exigências fúteis da FIFA ou os direitos do povo?


Que a República ouça os anseios do povo, pois a luta por justiça e direitos não fora construída pela boa vontade de poucos, mas pelo sangue de muitos. Como já dissera um famoso capoeirista carioca, durante a Revolta da Vacina: “essas coisas são boas para o governo saber que negada não é carneiro não!”.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Nenhuma surpresa!


























Depois de um mês sem escrever, surge o post ‘nenhuma surpresa’, o qual, como o nome já sugere, irá mostrar que acabamos mais um ano sem nenhuma grande novidade no cenário político atual, mesmo que exista algo positivo nisto, como veremos.


Em primeiro lugar, mais um ano que se vai: novos celulares e iPod nos bolsos, mas os mesmos míseros 4,7% do PIB na educação, e na saúde pública pífios 3,6 % - o Brasil em 2003 era o país que menos investia em saúde na América Latina; em 2007 os investimentos continuavam baixos; em 2011 continua lanterna em investimentos na área, investindo metade do que países como Canadá e Alemanha! Os pobres continuam a pagar mais impostos que os ricos, pasmem: 10 % dos ricos possuem 75 % da riqueza do país, como se não bastasse 32 % da renda dos pobres é convertida em pagamentos de impostos, enquanto 21 % da renda dos ricos são assim convertidas - a deputada Luciana Genro (PSOL-RS) lutou amargamente para reverter este quadro, porém poucos deram ouvidos a seus desejos, logo: poucos deram ouvidos aos desejos dos mais pobres.


Por esses dias, mais uma aberração: Câmara aprova projeto que deve retirar 20 % do orçamento para pagar divida pública! O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) foi a voz da vanguarda que aspirava contra esta temível aprovação - não é atoa que o deputado, por mais um ano, é eleito um dos mais atuantes na Câmara, ficando em 4º lugar, sendo que na frente dele estavam mais dois do mesmo partido, o que também não é nenhuma novidade, todavia és uma boa notícia, mesmo que seja o que todos já esperavam – Chico Alencar (PSOL-RJ) ficou em 1º, Jean Wyllys (PSOL-RJ) ficara em 2º, lembrando que o partido possui apenas três concorrentes a deputado federal, e os três foram escolhidos! Se houvessem mais deputados deste partido, poderíamos acreditar em reais mudanças na política brasileira?


Lei de sigilo fiscal para as obras da Copa é mais uma banalização do dinheiro público, dinheiro este, emitido a partir do suor do trabalhador comum; pais de família choram a perda dos filhos que encontram mais estímulos nas drogas, as quais os distanciam deste mundo, do que, propriamente, na enfadonha educação brasileira; na Grécia suicídio aumentou 40 %, desemprego em massa e humilhação estão por vir, ao país que se envaidece por ser o precursor da democracia, e hoje, a mesma democracia falsa que criara, cospe nos seus filhos; os discursos, como ‘o pão nosso de cada dia nos dai hoje’, não crescem na mesma proporção que as Igrejas, mas a intolerância destas está borbulhando; continua as fraudulências no Haiti, e desta vez, para piorar, um jovem foi estuprado por milicos uruguaios!


Mas há também boas notícias que não são novidades: Cuba continua a enviar médicos ao Haiti; os deputados do PSOL são, por mais um ano seguido, os mais participativos na Câmara e Romário continua a aniquilar Ricardo Teixeira e as falcatruas da FIFA e CBF. Nem tudo está perdido!


Nas próximas eleições, que estão por vir, iremos escolher bem nossos representantes, ou continuaremos sendo o país dos débeis consumistas?